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Bicicleta pública de Madrid

By setembro 28th, 20173 Comentários
BiciMad bicicletas publicas Madrid

Já pensou em simplificar os seus deslocamentos na capital espanhola usando a bicicleta pública de Madrid? Além de ser um meio de transporte que não polui, a grande vantagem da BiciMad é que ela é elétrica! Isso mesmo! Você vai poder subir todas as ruas íngremes fazendo pouco esforço, sem suar e mantendo uma postura bonita de se ver 😉

Há um ano, desde que o serviço passou a ser feito pelo município (antes era por uma empresa privada), melhorou bastante. Dá pra notar que a manutenção é feita com mais periodicidade, as estações funcionam melhor e até o serviço telefônico está muito mais eficaz.

É claro que, de vez em quando, pode acontecer de você retirar uma bicicleta que tem algum problema no motor, mas já é mais raro. E, pra que isso não aconteça, eu sempre retiro a bicicleta e dou umas pedaladas perto da estação pra ver se o motor funciona. Se não funcionar, basta recolocá-la no local e retirar outra, e ela não será cobrada.

Bicicleta pública de Madrid: um pouco de números

  • 2028 bicicletas
  • 165 estações
  • Velocidade máxima de 25 km/h
  • Peso: 22 Kg (porque inclui motor e bateria)

BiciMad bicicletas publicas Madrid

Como foi minha primeira vez com a bicicleta elétrica

Há 2 anos eu tomei coragem e usei pela primeira vez o serviço de bicicleta pública de Madrid. E contei como foi (abaixo). Agora eu uso com muita frequência, seja para voltar do cinema à meia-noite, para chegar mais rápido a algum compromisso e até de madrugada quando os metrôs, ônibus e trens não funcionam. E se quero voltar a pé pra casa e o caminho é só de subidas, eu subo na magrela e invisto 50 centavos pra vencer a preguiça. Sou a maior fã e recomendo muito!

“Hoje foi minha primeira vez usando a bicicleta pública da comunidade de Madrid, mais conhecida como BiciMad. E sobrevivi para contar! Não se preocupem, não foi nada ruim, muito pelo contrario, superou minhas expectativas! O serviço existe desde junho de 2014, ou seja, já faz um ano, e só agora tomei coragem. Para mim o maior problema era dividir a rua com os carros e ônibus, já que ainda não há muitas ciclofaixas na cidade. Mas, depois desse tempo, carros e bicicletas já estão mais acostumados uns com os outros, segundo comentam meus amigos que se locomovem assim há mais tempo. Por isso resolvi enfrentar o medo e provar o novo meio de transporte da cidade.

Queria ter saído de casa 15 minutos antes do horário normal de sair quando vou a pé ao trabalho, mas me atrasei e saí 8:30 da manhã. “Sem problema”, pensei, a bicicleta vai me levar mais rápido e vou chegar lá em 15 minutos, segundo o GPS. Fui até a Plaza Santana, que está a uma quadra de casa e a costuma ter mais bicicletas livres. Havia uma com a luz da base em verde. Coloquei o cartão na ranhura da base mas quem disse que consegui tirá-la dali? Pensei que estava fazendo algo mal, voltei ao tótem para ver como fazer, tentei de novo e nada. Vi uma senhora chegar e estacionar a sua, mas ela não recomendou pegar a bicicleta dela porque estava sem bateria e era muito pesada. E não conseguimos tirar a única que estava carregada e livre dali.

Abri o aplicativo do BiciMad para o celular e achei outro lugar com bicicletas perto dali: do lado da estátua do urso de Sol. No próprio aplicativo há um mapa com a direção das ruas e fui seguindo-o até chegar a Puerta del Sol. Ali havia 3 bicicletas com a luz da base em verde. A primeira não consegui tirar. Vi uma menina chegando pra retirar a sua e perguntei se havia algum truque, porque eu já estava achando que eu tinha um problema de coordenação motora. Ela primeiro verificou o nível de bateria, apertou os pneus e depois tentou retirar a dela e tampouco conseguiu, e me disse que isso era bastante normal, infelizmente. Tentei mais duas e na terceira consegui, viva! (Nisso já tinham se passado 15 minutos, mas tudo bem).

BiciMad bicicletas publicas Madrid

Essas bicicletas públicas são elétricas, ou seja, você pedala um pouco e elas acionam um motor elétrico que faz com que se movam. Uma amiga já tinha me aconselhado a colocar o nível da “ajuda” em médio pra não sair dando solavancos como se fosse um cavalo bravo. Ajustei o selim e pus no médio e, ainda bem que estava atenta, porque a bicicleta começou a andar sozinha! Apertei o freio na hora e subi. Que a sorte esteja conosco!

Fui pedalando pela calçada, como muita gente ainda faz, apesar de ser proibido (na teoria). Eu pedalava uma vez e o sistema elétrico me empurrava um pouquinho. Me acostumei até pegar a descida pela ciclovia da Calle de Alcalá e fui até o semáforo da Plaza Cibeles. Como ainda não queria me aventurar no meio dos carros, resolvi cruzar a rua pra pegar o Paseo de Recoletos e ir pelo meio da calçada, que é larga e confortável.

BiciMad bicicletas publicas Madrid

Só que, depois de cruzar a rua, eu pedalava e a bicicleta nada. Tentei de novo, na calçada seguinte, e nada. Pensei que o problema era comigo de novo, mas uns policiais tiveram a bondade de me dizer que a corrente tinha caído. Olhei e era verdade. Veio um flashback na minha cabeça de eu com uns 12 anos, minha bicicleta de cabeça pra baixo e eu, com a ajuda do meu pai, colocava a corrente de novo no lugar. Mas eu estava no meio de muita gente, na hora do rush matinal, e arrumada pra ir trabalhar. Tinha que sair dali e solucionar o problema. Meti a mão ali e coloquei uma parte da corrente, e dois policiais foram buscar um canivete pra ajudar a colocar a outra, que era mais difícil. Mas conseguimos!!! Agradeci e fui em frente.

Atravessei a rua e a bicicleta respondeu bem. Já estava de novo na calçada central e, com espaço, até testei a velocidade máxima do sistema elétrico. A bicicleta voa! Fui assim até terminar o canteiro central, fiz minhas manobras de atravessar pela faixa de pedestre de novo e já estava chegando à base que fica perto do meu trabalho. Fui pela rua dessa vez, cheguei lá e encaixei-a numa das vagas livres. A luzinha ficou verde e eu fui embora.

BiciMad bicicletas publicas Madrid

Eram 9 da manha e eu ia conseguir chegar a tempo, já que meu trabalho estava a 1 minuto dali. Todo esse drama se passou em meia hora apenas! No fim deu certo e vi que o serviço BiciMad é mesmo uma mão na roda pra atrasados de plantão como eu. Na verdade foi por isso que resolvi provar o sistema. Eu vou sempre a pé ao trabalho, e isso demora meia hora. Mas depois de um mês eu já estava achando os trajetos que eu fazia sem graça, porque são sempre os mesmos e esses 30 minutos já estavam virando eternos. Metrô está fora de cogitação porque entre andar até ele, entrar, sair e andar até o trabalho ia dar meia hora também (ou mais), sem contar os apertos da hora do rush. Eu via as pessoas deslizando pela rua felizes e contentes e comecei a ter inveja deles. Pronto, agora não preciso ter mais inveja. Agora sou uma usuária de carteirinha, em fase de entender por onde posso ir e me acostumando com o sistema elétrico e, principalmente, com o trânsito de Madrid, já que agora vou fazer parte dele também, só que poluindo menos e chegando mais rápido ao trabalho (se a correia deixar) 😉 “

BiciMad

Serviço:

Se você mora em Madrid, pode fazer sua carteirinha anual no site do BiciMad pagando 15 euros caso tenha o abono do metrô ou 25 euros caso não o tenha. Depois precisa retirar a carteirinha em um tótem e carregá-la com 10 euros (ou mais). Cada 30 minutos de uso valem 50 centavos; se você devolve a bicicleta em uma estação com menos de 30% de ocupação, ganha 10 centavos de crédito, e se retira a bicicleta em uma estação com mais de 70% de ocupação, também ganha o mesmo valor em crédito. Há uma penalização de 4 euros caso você fique mais de duas horas sem devolvê-la.

Se você é turista em Madrid, pode fazer a carteirinha ocasional por 1, 3 ou 5 dias. Você não pagará nada por ela, mas eles bloqueiam 150 euros na sua conta e cobram pelo uso só no final. Os valores são diferentes: a primeira hora vale 2 euros, e a partir da segunda hora ou fração são cobrados 4 euros. Os créditos por devolver em uma estação com baixa ocupação e retirar em uma de alta são iguais que os dos residentes. Há uma penalização de 4 euros caso você passe das duas horas, já que o objetivo não é ficar o dia inteiro com a bicicleta, e sim trechos curtos de no máximo 1 hora – para trechos mais longos, é melhor alugar uma bicicleta nas diversas lojas do ramo.

Suzana

Suzana

Jornalista e travel blogger. Aprende o que o mundo ensina e inspira as pessoas a viajarem. Já morou na Finlândia, já trabalhou na Disney, fez o Caminho Inca e vai como peregrina a Santiago de Compostela frequentemente. Vive atualmente em Madri e continua transformando seus feriados e férias de 23 dias ao ano nos melhores períodos da sua vida.

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