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ExperiênciasTrabalho no Exterior

Trabalho em navio

By fevereiro 22nd, 20196 Comentários
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Continuamos com a série do blog That Good Trip sobre Trabalhos no Exterior, na qual eu vou contar sobre várias oportunidades, remuneradas (ou não) em dinheiro ou em troca de alimentação e hospedagem, no mundo todo. Hoje o tema é trabalho em navio de cruzeiro.

Quem nos conta sua experiência é a mineira Manaira Araújo, jornalista, blogueira e expert em mídias sociais (e pão de queijo). No blog bilíngue manairaaraujo.com ela dá dicas sobre marketing digital e fala sobre a vida de uma brasileira na Espanha. Conheci a Manaíra em um curso de Marketing Digital patrocinado pelo Google em Madrid e desde então aprendemos muito uma com a outra.

Trabalho em Navio

Manaira trabalhou como Assistente de Diretor de Cruzeiro (coordenadora de entretenimento) e Desktop Publisher (responsável pela elaboração dos materiais e comunicados impressos), na categoria de Staff. Ela teve dois contratos: um de 9,5 meses nos navios Grand Voyager, Grand Mistral e Grand Holiday de 2009 a 2010; e outro de 8 meses no Grand Mistral de 2010 a 2011. Todos os navios são da extinta companhia espanhola Iberocruceros, que foi comprada pela Costa Cruzeiros – e os navios foram vendidos ou tiveram seus nomes alterados. As rotas variavam mas, no verão da América do Sul, os navios passavam pela Argentina, Uruguai e a costa brasileira de Santa Catarina até Maceió. Já no verão Europeu, navegavam pelos mares Negro, Mediterrâneo, Báltico, do Norte e pelos fiordes noruegueses.

trabalho em navio: pausa para conhecer destinos

Manaira em Búzios, com o Grand Voyager ao fundo

Segundo ela, com o dinheiro que se junta em um trabalho em navio (já que você não tem gastos e não paga impostos) dá pra comprar carro, pagar cursos ou viagens e até abrir um negócio. Se você está no início da sua carreira e quer desbravar o mundo fazer algo diferente antes de encarar um trabalho fixo de 9h da manhã às 18h da tarde, essa pode ser uma boa oportunidade.

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Entenda alguns aspectos do trabalho em navio na entrevista que a Manaira deu ao That Good Trip!

– Como é o processo de inscrição pra um trabalho em navio? Há algum site que você recomenda ou a inscrição é feita direto com cada empresa?

Para fazer trabalho em navio, a pessoa precisa procurar uma agência que faça a intermediação das empresas de cruzeiros. Eu fui pela ISM de Curitiba, mas conheci muita gente que foi pela Port Side e pela Infinity. É obrigatório ter o  curso de STCW (Standards of Training, Certification and Watchkeeping), que hoje está em torno de R$1.200. Antes de embarcar, também é necessário fazer uma bateria de exames médicos, que costumam ser bem salgados. O valor do curso e dos exames médicos são reembolsados a bordo por algumas companhias.

– Quais são os pré-requisitos para ser aprovado?

Para ser contratado é bom ter idiomas e alguma experiência na área que você deseja trabalhar. Se a pessoa só fala português, dependendo do cargo, só contratam para a temporada brasileira, que é de 3 a 4 meses. Como disse antes, o STCW é obrigatório. É importante ser aprovado exames médicos.

– Qual costuma ser a duração do contrato do trabalho em navio? Pode-se escolher a função e a rota que prefere, ou quem define isso?

Os contratos de Crew (restaurantes, bares e limpeza) e staff (entretenimento, lojas, excursões) costumam ser de 6 a 8 meses. Para oficiais e altos cargos, os contratos costumam ser de 4 a 6 meses. Você pode indicar à agência que área gostaria de trabalhar, mas eles é que definem junto a empresa de cruzeiros qual será a sua área e posição. Isso depende mais das necessidades e demandas, do que da sua vontade e currículo. Em raros casos, é possível trocar de departamento dentro no navio. Depois de já ter feito um contrato, costuma ser mais fácil trocar de área ou posição.

trabalho em navio: com a tripulação

Com o capitão e os oficiais do Grand Voyager

– Você tem uma cabine individual ou precisa dividir com outro tripulante?

Para os tripulantes que embarcam como Crew, as cabines podem ser de 2 ou 4 pessoas; para Staff normalmente a pessoa tem que dividir com uma outra pessoa; para oficiais e altos cargos, a cabine é individual. Dificilmente você escolhe com quem vai dividir a cabine, recomendo cruzar os dedos, rezar para ser alguém legal. Se a pessoa for de outro país, pode (ou não) ser interessante para aprender novas culturas e idiomas.

– Como funcionam as refeições dos tripulantes no navio?

Cada nível (Crew, Staff e Oficiais) tem o seu restaurante determinado. Os restaurantes do Crew e Staff são tipo “bandejão”. O cardápio do Crew não costuma ser muito variado e gostoso. Os tripulantes dessa categoria normalmente comem muito macarrão tipo “miojo” e enlatados (quando dá para ter alimentos na cabine) sendo que ao invés de passear, sempre querem comer algo apetitoso quando podem sair do navio. A comida do Staff é melhor, mas sempre que é possível comem algo em terra também. O restaurante dos Oficiais tem várias opções de menu e a comida é muito melhor. Muitos dos oficiais podem comer nos restaurantes de passageiros também.

trabalho em navio: simulado de emergência

Simulado de emergência e cabine do Grand Voyager

– É verdade o que dizem que a remuneração compensa e que você faz o seu pé de meia, já que não paga impostos?

Dá para economizar porque, além de não pagar impostos, os tripulantes não gastam com aluguel e alimentação. Na minha época, o dólar estava entre R$1,75 e R$2,00, então o salário do trabalho em navio era um pouco maior do que em terra e, sem os gastos do dia da dia, dava para economizar. Agora que o dólar está nas alturas, está valendo muito mais a pena.

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– Como foi a sua experiência? Foi possível fazer turismo nos locais onde o navio parava?

Eu tive sorte, pois o meu cargo era de coordenação e eu não tinha horários fixos. Desci em todos os portos e conheci todos os lugares por onde os navios passaram. Mas nem sempre é assim… Quem trabalha no restaurante, no bar ou na limpeza, tem horários horríveis. Muitas vezes dá para descer durante o intervalo, mas o tripulante prefere ficar dormindo ou descansando. É normal ficar 2, 3 e até 4 semanas sem sair do navio..

trabalho em navio: conhecendo a Noruega

Conhecendo a Noruega

– Tem alguma dica para quem está pensando em se inscrever para um trabalho em navio?

Para mim foi uma ótima experiência, tanto pessoal quanto profissional. Nos navios, aprendemos a trabalhar sob pressão e viver com o mínimo necessário. Muita gente compra casa ou carro, paga estudos ou viagens, ou usa o dinheiro para abrir um negócio. No meu caso, com o dinheiro que juntei fiz um curso de inglês e viajei por onde o navio – ou o meu navio – não passava. E o mais importante, foi no navio que conheci meu marido. No entanto, se a pessoa não tiver disposta e acostumada a trabalhar pesado, eu não recomendo aceitar uma vaga para posições de Crew. Recomendo que tente ir como staff. E esteja preparada, pois a companhia pode te mudar de navio a qualquer momento.

trabalho em navio: entretenimento a bordo

Equipe de entretenimento

Crédito de todas as fotos: Manaira Araújo

E você, já fez trabalho em navio de cruzeiro? Conta pra gente sua experiência nos comentários!

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Suzana

Suzana

Jornalista e travel blogger. Aprende o que o mundo ensina e inspira as pessoas a viajarem. Já morou na Finlândia, já trabalhou na Disney, fez o Caminho Inca e vai como peregrina a Santiago de Compostela frequentemente. Vive atualmente em Madri e continua transformando seus feriados e férias de 23 dias ao ano nos melhores períodos da sua vida.

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